Nunca, nem nos meus sonhos mais loucos, imaginei que algo assim me pudesse acontecer. Agora, que já passou algum tempo, estou pronto para me abrir e falar sobre o assunto, embora ainda não tenha feito as pazes com ele - provavelmente nunca o farei.
Eu sei porque é que nunca vou esquecer isto. Porque não obtive nenhuma resposta. A única coisa que recebi de ti foram portas a bater-me na cara e as palavras: "Sai daqui!" Sem qualquer explicação - nada. Como é que uma pessoa pode lidar com algo que ainda não consegue compreender?
Estivemos juntos durante 5 anos. Vivíamos juntos e, claro, tínhamos planos para o futuro. As pessoas julgavam-nos muito - quer dizer, julgavam-me porque tu eras 15 anos mais velho do que eu.
Mas eu não tive problemas com isso. Apaixonei-me por ti e não pela tua idade. Adorei o facto de seres madura porque eu sou uma alma velhaPor isso, dávamo-nos perfeitamente bem.
Os últimos 6 meses foram difíceis. Tivemos tantos percalços no caminho, mas quem é que não tem. Diz o nome de uma relação que seja perfeita - não há nenhuma.
Todos nós discutimos e fazemo-lo porque gostamos um do outro e expressamos as nossas emoções dessa forma - algumas discussões inofensivas só podem fazer bem a uma relação.
Não a podem destruir - têm de acontecer coisas muito piores para que a relação morra. Por exemplo, isto que nos aconteceu - o que tu me fizeste.
Eu não estava por perto tanto quanto devia e isso também contribuiu para o fracasso da nossa relação - mas não o justifica. Se me amasses verdadeiramente, a minha ausência não teria importância.
Decidiu fazer-me mal e nada o teria impedido de o fazer.
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Antes de me partires o coração, já pressentia que algo estava prestes a acontecer. Cheguei a casa (um lugar a que costumava chamar casa) e tu confrontaste-me - fria e rigorosamente.
Olhaste para mim como se eu nunca tivesse significado nada para ti e disseste sem piedade: "Já não te amo. Quero que te mudes hoje porque não me sinto confortável contigo no meu apartamento."
Fiquei ali num estado de choque total. De onde é que isto vem? Do meu apartamento? Não é a nossa casa? Quem é que lhe deu o título de "meu apartamento"? Tinha tantas perguntas na cabeça, mas não conseguia fazer nenhuma delas.
Queria dizer qualquer coisa, mas estava paralisado. Estava a ver a minha vida a desmoronar-se e eu não podia fazer nada - nem sequer tentar descobrir porquê.
Peguei em algumas das minhas coisas e fui para casa da minha amiga - derrotada e sozinha. Vivi lá durante alguns dias e depois decidi voltar para casa da minha mãe, porque estava a acabar a faculdade e não trabalhava em lado nenhum.
Eu não tinha para onde ir. Ela até me disse que me ia buscar e que me ajudava com as minhas coisas - depois de 5 anos a viver com alguém, há muita coisa para mudar.
Telefonei-te e perguntei-te se podia passar a última noite no apartamento, porque a minha mãe vinha de manhã cedo buscar-me a mim e às minhas coisas.
Hesitaste como se os 5 anos que passámos juntos não significassem nada para ti. Depois de eu praticamente te implorar para ficares só uma noite, concordaste.
Nessa noite, dormi no sofá - na verdade, não dormi nada. Mas quando me levantei de manhã, já não estavas lá. Acho que não tiveste estômago para me ver fazer as malas e ir embora.
Depois de me ir embora, não conseguia dormir e não conseguia comer. Estava obcecada com o porquê de me teres feito aquilo do nada. Eu sabia que tinhas outra pessoa - era óbvio.
Mas porque não tiveste a coragem de o dizer na minha cara? Porque tiveste de me apunhalar pelas costas?
Não teve a coragem de me enfrentar - foi demasiado cobarde para ser sincero comigo.
Claro que passou uma semana e recebi a notícia que esclareceu tudo. Não só me andavas a trair, como também ias casar. Obrigada Deus, obrigada vida, obrigada TU por me apunhalares pelas costas depois de eu te ter dado 5 anos da minha vida.
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Tudo o que te pedi foi um pouco de respeito. Tudo o que eu queria era uma separação digna - uma explicação. Eu não sou um cão na rua. Sou um ser humano - sinto coisas como tu sentes. Nesse sentido, somos iguais.
Podias ter-me dado isso - em vez disso, deste-me dor. Apunhalaste-me nas costas.