As pessoas confundem frequentemente estar sozinho com o facto de se estar realmente só. Pensam que se estivermos numa relação, isso significa que somos felizes, mas nunca ninguém disse que só porque temos alguém significa que somos sempre felizes com essa pessoa.
Aprendi esta lição na minha própria pele, por isso sei do que estou a falar. Sabem, sempre fui uma mulher forte, aquela que trata das coisas à sua maneira. Depois conheci o homem por quem me apaixonei. Ele foi o meu primeiro amor, a minha razão de viver e o meu melhor amigo.
Mas como o namoro não é uma coisa simples e porque precisa de muito esforço, desfizemo-nos. Desfizemo-nos em pedaços tão pequenos que parecia que nunca tínhamos estado juntos.
E enquanto eu estava toda confusa, pensando que agora estou sozinha e fodida, algo me passou pela cabeça.
Percebi que o facto de estar solteira não significava que precisava de estar triste. Esse momento foi a minha epifania, e percebi que acabar contigo foi a melhor coisa que me podia ter acontecido.
Percebi que é melhor estar sozinho do que ter de aturar um idiota.
É melhor viver uma vida em que eu possa ser eu própria, sem fingir ser outra pessoa só para que o meu namorado goste de mim.
Se ele não consegue aceitar todas as coisas más de mim, de certeza que também não merece as melhores. Recuso-me a contentar-me com menos do que mereço e recuso-me a ser a boneca de alguém com quem ele vai brincar quando e como quiser.
Apercebi-me que sou suficientemente forte para esperar pelo homem certo.
Já passei pelo inferno e voltei, e sei que a vida é uma merda. Também sei que, ao acelerar as coisas, não vou atingir o meu objetivo final e que, desta vez, só preciso de ir com a corrente.
Preciso de deixar o destino fazer o seu trabalho e aceitar o que quer que ele me traga. Passei tanto tempo a criar as minhas próprias regras para o amor, mas nunca resultou. Por isso, a partir de agora, vou ficar quieta e deixar que o céu me envie a pessoa certa.
Apercebi-me que não preciso de ninguém que não precise de mim.
Até agora, namorei com tantos rapazes, mas nenhum deles conseguiu dar-me o amor que eu desejava. Cada um deles desiludiu-me pelo menos uma vez, e foi por isso que decidi acabar com eles.
Porque se alguém mostra que não me ama, porque é que eu havia de ficar com ele e implorar pela sua atenção? Se eu tinha o meu coração na manga e se me podia abrir com ele, ele devia ter feito o mesmo por mim.
Mas se alguém se recusa a fazer isso, não pode simplesmente estar no topo da lista das minhas prioridades.
Não me contentarei com menos do que mereço.
Só tenho uma vida para viver e não a vou desperdiçar com um homem que não me ama tanto como eu o amo a ele. Não me vou contentar com a falta de amor, a falta de atenção e a falta de respeito. Eu mereço ser amada.
Eu mereço que cuidem de mim. Mereço ser perseguido. E mereço que tudo isso aconteça naturalmente. E se um homem não me pode dar isso, então não preciso dele de todo.
Serei a minha própria razão de felicidade.
Durante toda a minha vida, procurei homens que me fizessem feliz, mas agora apercebi-me que sou a minha própria razão de felicidade. Apercebi-me que não preciso de um homem para me completar. Não preciso que ele me guie ou me mostre o caminho certo.
Só preciso de um que me aceite completamente e que me ame incondicionalmente. Mas até ele chegar, vou apaixonar-me primeiro por mim própria. Aprenderei a ser a minha própria prioridade e a satisfazer os meus próprios desejos sem precisar que alguém o faça por mim.
Esperarei pelo homem cujo amor se sinta em casa.
Sei que ele não virá amanhã ou daqui a um mês, mas acabará por vir. E sei que não vou estar com ninguém só para evitar estar sozinha. Vou esperar por alguém que valha a pena esperar.
Eu vou esperar pelo homem que será o meu melhor amigo, a minha alma gémea e o meu amante ao mesmo tempo. Aquele que me perseguirá quando eu já for dele, que me amará até à lua e que nunca desistirá de mim.
Esperarei pelo homem cujo amor se sinta em casa.