Antes de te conhecer, pensava que ser solteira era a pior coisa que podia acontecer a uma rapariga. Acreditava que estar sozinha significava estar solitária.
Só depois de me sentir mais só contigo do que alguma vez me senti na minha vida é que me apercebi do erro que cometi.
Estar com a pessoa errada, uma pessoa que não sabe como te amar e a quem não podes amar da melhor maneira possível, faz de ti a rapariga mais solitária do universo.
Despertaste algo dentro de mim que eu nem sequer sabia que existia. Pensei que podia amar qualquer pessoa que decidisse fazer-me sua.
Fizeste-me perceber que o amor não tem nada a ver com escolher ou ser escolhido. Pelo menos não no início.
O verdadeiro amor escolhe a pessoa para si. Não se pode fazer estimativas e não há tempo para pensar muito sobre como essa pessoa se encaixa na sua vida.
Só precisas de estar com eles, aconteça o que acontecer. Eu quero esse tipo de amor.
Mais do que tudo, mais do que ser solteira, tenho medo de me contentar com menos.
Durante algum tempo, pensei que tu e eu iríamos crescer e amar-nos da forma correcta. Em vez disso, as coisas complicaram-se.
Nem sequer tive a oportunidade de te amar da melhor forma possível, pois nunca despertaste isso em mim e nunca o mereceste.
Ver que não te importavas nada em perder-me fez-me afogar.
Não fiquei de rastos porque te amava TANTO, fiquei de rastos porque me apercebi do tempo precioso que passei a tentar que as coisas funcionassem contigo.
Comecei a ressentir-me por ter permitido que isto acontecesse, por me ter permitido passar tantos meses com alguém que não merecia de todo o meu amor, mesmo quando o que lhe estava a dar era apenas metade do meu amor.
O único pensamento que me veio à cabeça foi que, naquele momento, eu estava a perder tempo a tentar escrever uma história romântica do tipo "de cortar a respiração" contigo.
Aquele que é suposto ser a personagem principal dessa história passava-me ao lado.
Desde o início da nossa relação, senti que algo não estava bem. Nunca me senti completamente realizada, independentemente de como as coisas funcionavam entre nós.
Não havia faísca, não havia ligação, não havia intimidade emocional crua e honesta.
Olhava para outros casais que pareciam não ter qualquer preocupação neste mundo, exceto um com o outro e o seu amor, e invejava-os por terem encontrado isso.
Pensei tantas vezes em ir-me embora, mas fiquei sempre porque tinha medo de ficar sozinha.
Agora sei que ser solteiro é sempre melhor do que estar numa relação errada.
É muito melhor vivermos sozinhos e esperarmos que o verdadeiro amor nos encontre do que contentarmo-nos e sabermos logo que nunca vamos ter nada mais do que aquilo que nos contentámos.
Agora tenho a certeza absoluta de que não há felicidade em tentar fazer com que as coisas funcionem com quem nunca será capaz de ver o nosso valor, de valorizar os nossos esforços, de nos amar como precisamos de ser amados.
Não preciso de ninguém que se preocupe mais em corrigir os meus defeitos do que em amar as minhas qualidades. Quero aquele que não só aprecie as minhas virtudes, mas que também adore as minhas imperfeições.
Encontrar a felicidade ao ser honesto comigo mesmo é a minha nova prioridade.
Toda a gente procura esse tipo de amor "uma vez na vida". Acredito sinceramente que qualquer pessoa o pode encontrar se der uma oportunidade a si própria e não se contentar com uma relação medíocre do tipo "muitas vezes na vida".
Eu quero aquele que o meu coração vai querer tão desesperadamente que não será capaz de bater sem ele. Não voltarei a escolher aquele que não sabe nada sobre mim, que não me vê.
Quero um homem cuja alma seja um reflexo perfeito da minha. Quero um homem que me acarinhe e lute por mim, com todas as fibras do seu ser.
Até encontrar esse tipo de homem, ou até que ele me encontre a mim, vou continuar solteira, porque isso é muito melhor do que acomodar-me.