Raparigas como eu perdem-se neste universo. Raparigas como eu lutam para encontrar o seu lugar neste mundo porque se recusam a parecer-se com todas as outras pessoas.
Odiamos ser colocados numa caixa e odiamos ser limitados pelos tempos em que vivemos. Detestamos ser vazias ou ter sentimentos superficiais. Somos raparigas do tipo "ou vai com força ou vai para casa".
Nós não entendemos as pessoas más. A dor do "outro" também nos magoa.
Durante todo o liceu, sentimo-nos excluídos porque não gostávamos de ser intimidados ou de nos rirmos de alguém por causa de uns quilos a mais, de um penteado engraçado ou da forma como alguém se vestia.
Não é justo rirmo-nos de alguém pelo que ele é. Por isso é que o liceu era um inferno para nós.
As pessoas tiram-nos mais do que nos dão.
É por isso que nos sentimos muitas vezes usados. Toda a bondade é sugada dos nossos corpos porque "somos as pessoas simpáticas". Só porque somos simpáticos, não significa que nos possam usar.
Só porque sorrimos muitas vezes, não significa que possas invadir a nossa felicidade. O facto de parecermos duros não significa que nos possa deixar destroçados.
Estamos sempre presentes para toda a gente - independentemente do seu valor nas nossas vidas - e, no entanto, nos momentos de necessidade, temos poucas pessoas em quem confiar. Não é um pouco irónico?
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Detestamos ser ignorados porque algo no nosso telemóvel é mais importante do que a pessoa que está sentada ao nosso lado.
Têm-nos na vida real - podem perguntar-nos o que quiserem, podem rir-se pessoalmente connosco e podem ser tão estranhos quanto possível e depois ultrapassar isso, mas recusam-se a fazê-lo porque estão demasiado ocupados a olhar para o telemóvel.
Estamos almas velhas.
Continuamos a acreditar no amor, no romance e noutras coisas. Acreditamos que há pessoas boas por aí - há um homem que saberá amar uma mulher, ainda há livros impressos que têm um cheiro único e há um cobertor quente para tocar o corpo e uma chávena de café ou um copo de vinho para tocar a alma.
A bondade é tudo para nós e é doloroso vê-la desaparecer da face da terra.
Somos sempre os para cuidar e amar mais.
Não há ninguém por aí disposto a competir connosco no amor. Não há ninguém que diga "amo-te mais". Não recebemos nem metade do amor que damos. Nem sequer importa se estamos a falar da família, dos amigos ou do homem com quem namoramos.
As pessoas simplesmente não entendem os nossos esforços.
Sacrificaríamos a nossa própria felicidade para ver felizes as pessoas de quem gostamos. Perguntam-nos muitas vezes "Porque é que estás tão afetado por x acontecimentos" ou "O que é que isso tem a ver contigo?" - e tem tudo a ver connosco. É a nossa empatia - sentimos tudo. E é intenso.
Raparigas como eu não podem ser felizes porque são incompreendidas.
Porque somos uma espécie em vias de extinção e as pessoas esqueceram-se da existência de as raparigas que se preocupam e que amam.
Não nos interessa o tamanho da tua carteira, o carro que conduzes ou se o teu pai é famoso. O que nos interessa é como te comportas com os outros e como nos tratas.
Não podemos ser felizes porque amamos mais do que somos amados.
Vivemos em tempos diferentes, com valores diferentes. Não podemos ser felizes porque gostaríamos de mudar o mundo mas não podemos.
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