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Deixar-te ir é a coisa mais difícil de sempre

Deixar-te ir é a coisa mais difícil de sempre

Vi tudo na forma como falava comigo, como olhava para mim, como me abraçava. Eu vi-o a chegar. O ato desolador de uma separação.

Porque é que tinha de ser assim? Tu em cima de mim, a olhares para a tua já ex-namorada a chorar e a implorar-te para dizeres que estavas a brincar.

Mas com a tua cara, tive a certeza de que não estavas a brincar. Estavas a falar muito a sério quando me disseste que já não me amavas.

Querias que eu deixasse tudo para trás e seguisse em frente, tal como tu farias. Alguma vez pensaste no que eu estava a sentir naquela altura?

A forma como fizeste com que deixar ir parecesse ser a coisa mais fácil do mundo, quando na verdade senti o meu coração a morrer no meu peito.

Não, não estou a exagerar. Foi a pior sensação do mundo, quando somos deixados pela única pessoa que pensámos que estaria lá para nós durante toda a nossa vida.

Fazíamos tudo juntos, até tínhamos o mesmo grupo de amigos. Estava tão habituada a estar contigo, como esperavas que mudasse completamente a minha vida depois de me teres deixado?

Não é impossível, estavas sempre a dizer-me que sou uma mulher forte, por isso consigo lidar com isso. Tenho outra hipótese?

Por isso, deixem-me dizer-vos o que é "deixar-vos ir":

Por vezes, esqueço-me de respirar. Não é uma piada. A sério que sim. Quando estou a chorar e a soluçar, enrolada na minha cama entre uma quantidade ridícula de almofadas, começo a engasgar-me.

Simplesmente fico tão consumida pelas minhas lágrimas que a respiração se torna muito difícil.

No momento em que começo a sentir que vou ficar bem e que já não choro mais, tenho um flashback tão forte que me parte todo e me faz engasgar ainda mais com as lágrimas.

Parece que o meu coração foi arrancado. Acho que te lembras de todas as vezes que te disse que o meu coração te pertencia.

Mais ninguém a não ser tu! Vês, ao deixares-me, também o meu coração me deixou.

Foi arrancado do meu peito, ainda a bater, enquanto tentava apanhar-te. Falhou. Meu pobre coraçãozinho.

Não quero mais ninguém. Eu quero-te! Não consegues ver isso? Não vou ficar desesperada e implorar-te que me aceites de volta, sou demasiado orgulhosa para isso.

Mas se alguma vez voltasses, gostaria de te dizer que não há ninguém que possa ocupar o teu lugar.

Adoraria dizer que é apenas por um determinado período de tempo, mas simplesmente não me consigo imaginar nos braços de mais ninguém a não ser nos teus. Quão devastador é isso?

Imagino-me a falar consigo. Faço-o todo o dia, todos os dias. Penso em algo que tenho estado a passar e em como gostaria que estivesses ao meu lado para poder falar sobre isso contigo.

Podem pensar que estou louca, mas imagino mesmo que estão sentados ao meu lado, a ouvir atentamente as minhas palavras, a dar-me conselhos e a abraçar-me.

Ninguém tem o direito de me dizer que é fácil deixar ir se tentarmos falar sobre isso com alguém ou se estivermos realmente dispostos a deixar ir.

São tudo tretas! Não quero ouvir mais nada! A minha cabeça está cheia de conselhos de pessoas e revistas que me dizem para seguir em frente e como o fazer.

Estão sempre a dizer-me que é a vontade que vence, eu quero esquecer-te e seguir em frente, MAS NÃO POSSO! É a coisa mais difícil deste mundo.

Peço imensa desculpa por te escrever isto, pois deves estar muito feliz neste momento, algures longe de mim.

Talvez já nem estejas a pensar em mim. Mas eu estou a pensar em ti. E muito. Sei que isto não vai mudar nada, mas o meu coração ainda está nas tuas mãos.

Por favor, cuida bem dele. Será sempre vosso.