Deixem-me começar com uma pergunta: quantas vezes já estiveram apaixonados ao ponto de fazerem qualquer coisa para fazer uma determinada pessoa feliz, mas a a relação acabou por se revelar tóxica no final para os dois? Demasiadas vezes, não é? Este é um exemplo verdadeiramente simples do facto de que se pode estar apaixonado por alguém mesmo que não sejam compatíveis.
Descobri isto na minha própria pele. Não fiquei tão destroçada com o facto de não estarmos destinados a ficar juntos como fiquei quando descobri que todos os sonhos que tinha sobre nós os dois envelhecermos juntos iam continuar a ser apenas sonhos. Eu queria amá-lo até ao fim dos nossos tempos, mas simplesmente não estávamos destinados a ficar juntos.
Havia diferenças muito simples, como o facto de ele ser uma coruja nocturna e eu uma ave madrugadora. Depois, havia diferenças maiores, como o facto de ele não ter necessidade de falar dos seus sentimentos nem de me ouvir falar dos meus, porque simplesmente achava que era um assunto aborrecido. E eu? Posso sempre falar e alargar a minha mente. Posso sempre dizer-vos que a forma como me sinto em qualquer momento está ligada a um determinado acontecimento do passado e que sou desencadeada por coisas normais do dia a dia. Sim. Éramos assim tão diferentes.
A maior diferença entre nós era a perceção que tínhamos de toda a nossa relação. Deixem-me só dizer-vos que ele era uma pessoa bastante independente, um solitário, por assim dizer, mas eu, por outro lado, sou alguém muito extrovertido que adora estar com pessoas que eu adoro. Por isso, é claro que eu adorava estar com ele, enquanto ele precisava sempre de estar sozinho.
No fim, acabava sempre em discussões, eu a gritar que ele não me amava de todo e ele a negar, dizendo-me que eu tinha enlouquecido completamente. Era óbvio que a nossa relação não ia a lado nenhum. Quando estávamos a acabar, fiquei destroçada por saber a verdadeira razão - quando ele veio ter comigo e me disse que me amava de morte, mas que simplesmente não éramos adequados um para o outro.
A minha mente ficou em branco e tudo o que consegui pensar nessa altura foi que ele estava a mentir! Eu disse-lhe que éramos perfeitos um para o outro. Implorei-lhe que não fizesse isto porque as coisas não estavam assim tão más. Disse-lhe que também o amava, por isso como é que podíamos não ser compatíveis? Como é que eu me podia apaixonar por alguém que não era adequado para mim?
Quando as coisas começaram a clarear na minha cabeça, vi do que ele estava a falar naquele dia. Finalmente vi-o claramente. Sempre que falávamos, nunca olhávamos para as coisas da mesma perspetiva. Eu era demasiado emocional para a sua racionalidade e ele simplesmente tinha prioridades maiores do que eu. Mas isso não muda o facto de o meu peito ainda me doer só de pensar nisso.
Queria que ele ficasse ao meu lado. Queria que ele falasse comigo. Queria que ele estivesse lá para mim e talvez ele próprio quisesse todas estas coisas, mas de uma forma completamente diferente. Por essa razão, separámo-nos e nunca mais falámos.
É por isso que nunca se deve ficar de rastos quando se apaixona, mas os dois acabam por seguir caminhos diferentes. Não se deve ficar deprimido, não se deve ficar triste. O amor simplesmente não era suficiente para que os dois ficassem juntos. As relações são um trabalho árduo, exigem muita conversa e são um ombro amigo. Algumas pessoas simplesmente não podem dar-nos isso na quantidade que gostaríamos de ter.
Até encontrar o homem perfeito para si, que satisfaça as suas necessidades e a aprecie plenamente, não fique parada soluçar e chorarporque não é algo que vos ajude em nada. Jue ele virá mesmo, lembra-te que te amará completamente e te aceitará completamente. Tu serás tudo o que ele sempre quis e muito mais. Vais amá-lo e, desta vez, talvez o amor seja suficiente.